Como fiscalizar o resultado das eleições?
Muito se
discute, atualmente, a respeito da possibilidade de manipulação dos resultados
das urnas eletrônicas, de tal forma que o assunto foi tema central da
minirreforma eleitoral (Lei 13.488/17) que - entre outras mudanças - inseriu a
mudança no voto eletrônico para impresso buscando facilitar a fiscalização ao
cidadão.
O assunto,
como muitos ultimamente, foi parar no plenário do STF que, por meio de um
questionamento da Procuradora Geral da República, suspendeu a implantação do
voto impresso, a fim de evitar o comprometimento do sigilo da votação, de modo a determinar que, para esta eleição, fosse mantido o voto por meio da urna eletrônica. Os Ministros
reconheceram a solidez do sistema eletrônico, contudo, o tema será novamente
debatido pelo Tribunal, já a decisão se deu de forma liminar e não é
definitiva.
O
questionamento do sistema digital não começou "ontem". Em uma
busca rápida na internet é possível encontrar muitas "teorias da
conspiração", muitos estudos e pesquisas relevantes que contribuem todos
os anos para apontar falhas nas urnas e que são utilizadas pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) não só para melhorar seu sistema, mas como também para sugerir o
voto manual em cédulas para garantir a lisura do procedimento de votação.
Reprodução: Diário da Liberdade
Para bem da verdade, esse assunto ganhou força após as eleições
presidenciais de 2014, em decorrência dos questionamentos realizados pela
oposição motivados pela pequena diferença de votos entre os então candidatos à
presidência Dilma Rousseff e Aécio Neves e, neste ano, retomou às pautas -
sobretudo das redes sociais - por força das declarações de Parlamentares,
pesquisadores e, em maior grau, do presidenciável Jair Bolsonaro.
Bom, o que vou propor a seguir não soluciona totalmente as dúvidas
acerca da solidez do voto eletrônico e muito menos se faz uma forma de burlar
os procedimentos do governo. Consiste tão somente na utilização de forma
inteligente - e cidadã - de ferramentas já disponíveis pelo TSE - que tem
o dever de garantir a publicidade do processo eleitoral - para ajudar o cidadão
a fiscalizar o procedimento eleitoral.
O procedimento consiste na apuração dos votos catalogados no
boletim de urna com o resultado registrado no TSE. Explico.
O boletim de urna é o registro do resultado das votações de cada
seção que é enviado ao TSE para contabilizar os votos de cada zona eleitoral. O
boletim de urna é afixado no local de votação e é impresso em 5 vias, sendo
cada via entregue, respectivamente, aos fiscais dos partidos, ao Ministério
Público, à OAB e ao TSE.
Aliás, você sabia que os partidos políticos podem enviar fiscais
às zonas eleitorais para verificar o andamento dos trabalhos? Essa fiscalização
é igualmente realizada pelo Ministério Público e pela OAB e se trata de mais uma
forma de garantir a lisura do procedimento.
Esse boletim é impresso ao final das eleições, e quem é
responsável pela sua impressão são os mesários, isto é, pessoas do povo.
Para esclarecer, seção eleitoral é a sala de aula em que a urna
eletrônica é alocada, já a zona eleitoral é a circunscrição formada pelo
conjunto de zonas eleitorais localizadas, em regra, dentro de um município.
Diferentemente das eleições passadas, nas eleições desse ano o
público poderá ter acesso ao boletim de urna. Para tanto, basta se dirigir até
o local de votação com o seu celular com qualquer leitor QR-CODE ou com o aplicativo Boletim
na mão e pronto! Após ler o código, o eleitor poderá acessar o
resultado das votações da seção eleitoral (após às 17h00) e comparar com os
resultados enviados ao TSE. Qualquer diferença nos resultados deve ser
denunciado ao TSE e, como sugestão, recomendo a utilização do aplicativo "Pardal", disponibilizado pelo Próprio TSE para facilitar ao cidadão.
Os mesários também são responsáveis pela emissão da zerézima, que consiste no mesmo boletim de urna, que serve para demonstrar que nenhum candidato possui qualquer voto computado antes do início das votações. A zerézima é emitida antes do início das votações, ao passo que, o boletim de urna é emitido após o final das votações.
Os mesários também são responsáveis pela emissão da zerézima, que consiste no mesmo boletim de urna, que serve para demonstrar que nenhum candidato possui qualquer voto computado antes do início das votações. A zerézima é emitida antes do início das votações, ao passo que, o boletim de urna é emitido após o final das votações.
Reprodução: TRE/BA
Assim, com a zerézima o cidadão pode conferir que nenhum candidato
contabiliza votos previamente e com o boletim de urna o cidadão pode fazer a
apuração dos resultados da votação de sua seção eleitoral e, posteriormente, pode apurar no site do TSE o número de votos que foram
registrados, em conjunto com a votação paralela.
A votação paralela é a auditoria realizado pela OAB, pelo Ministério Público e pelo Tribunal Regional Eleitoral no dia das eleições ,em tempo real, em conjunto com os fiscais dos partidos e apresenta a estimativa do resultado das eleições através de um método de amostragem, isto é, algumas urnas são selecionais para passar pela auditoria e seus resultado são utilizados para indicar o percentual de votos.
A votação paralela é a auditoria realizado pela OAB, pelo Ministério Público e pelo Tribunal Regional Eleitoral no dia das eleições ,em tempo real, em conjunto com os fiscais dos partidos e apresenta a estimativa do resultado das eleições através de um método de amostragem, isto é, algumas urnas são selecionais para passar pela auditoria e seus resultado são utilizados para indicar o percentual de votos.
Agora imagine só, juntar um grupo de pessoas, que votam em seções
diferentes, para que o resultado de cada uma seja fiscalizada pelo eleitor. É um modo eficaz
de se tranquilizar em relação ao resultado das urnas e identificar eventuais
"irregularidades". Essa ideia já foi experimentada em 2014 e 2016 pelo
Projeto "Você Fiscal" (Link: http://www.vocefiscal.org/blog/), encerrado ao conseguir implantar o QR-CODE nos boletins de urna.
O primeiro turno das eleições acontecerá no dia 07 de outubro e,
muito mais do que gravar um vídeo para a rede globo sobre o “Brasil que eu
quero”, acredito que ações como a que proponho pode transformar de forma muito
mais eficaz a nossa sociedade. O País que queremos deve ser resultado de nossa
luta e não se resumir em frases aleatórias e genéricas, isso os políticos já
fazem aos montes e não funciona!
Em tempo, o aplicativo "Vigie
Aqui" (Link: http://www.vigieaqui.com.br/), divulga os processos judiciais que
os políticos respondem ou já responderam na justiça e é uma ótima forma de se
informar sobre o seu candidato.
Seguem os links úteis:
. Site TSE: http://www.tse.jus.br/
. Download do App Pardal: http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2016/votacao-e-resultados/aplicativos-justica-eleitoral
. Download do App Pardal: http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2016/votacao-e-resultados/aplicativos-justica-eleitoral
. Download App Vigie aqui: http://www.vigieaqui.com.br/
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