Afinal, o que é Inflação?

Percebi a necessidade de escrever este breve artigo, diante do completo analfabetismo funcional em economia que, por muito tempo, martelava a minha cabeça enquanto assistia um telejornal, quando o tema da reportagem era economia, sobretudo quando a matéria versava acerca da inflação.

Falar de economia é sempre um desafio e, para bem da verdade, parece que o verdadeiro interesse de quem teorizou diversos conceitos da economia era impedir que a maioria da população conhecesse o verdadeiro significado de alguns institutos. E a inflação segue essa mesma lógica, seja no desconhecimento da população acerca de seu verdadeiro significado, seja na falta de compreensão de seu “modus operandi”. Infelizmente, essa análise é pessimista e triste, pois a inflação é um fenômeno que todos os dias ameaça levar às ruínas a economia de um país.


Reprodução: Google

Para relembrar a força de seus efeitos, basta analisar a história recente do Brasil e lembrar da crise sistêmica que o país enfrentou, ainda na década de 90, no Governo de Fernando Collor que ficou marcado pelos inúmeros fracassos dos planos econômicos implementados.

Pois bem, para esclarecer alguns dilemas inicias é preciso deixar claro que a inflação não se trata tão somente da alta de preços de um determinado produto, como pode ser entendido, prematuramente, a partir das notícias veiculadas na mídia.

O aumento repentino do preço de um produto se dá por diversas razões, como por exemplo: em decorrência de uma plantação afetada por pragas, desastres naturais, roubos de cargas e etc. Na ocorrência de tais situações, para recompor as perdas da colheita ao produtor, é comum o produtor elevar repentinamente o valor de uma mercadoria, para repartir suas perdas com o consumidor, daí é comum o valor de determinado produto crescer rapidamente.

Para que não haja dúvida, a inflação é um fenômeno muito mais abrangente e é representado pelo aumento generalizado do índice de preços. Para esclarecer, a inflação não atua sobre apenas um produto – como exemplifiquei acima –, mas sim sobre toda a economia.

Há dois tipos de inflação¹:
Inflação de custos: deriva do aumento dos preços de matérias primas utilizadas para a produção de outros produtos ou para o desenvolvimento de serviços (ex.: gasolina).
Inflação de demanda: deriva da alta procura de um produto e pouca oferta no mercado.

Como tratarei a seguir, a inflação pode decorrer em razão de fatores diversos, mas todos eles estão ligados à lógica da oferta e da demanda.

Estudiosas da escola austríaca, sustentam que a inflação resulta do aumento da quantidade de circulação de dinheiro na economia. Nesse cenário, quanto mais pessoas possuírem dinheiro para comprar determinado produto, mais elevado será o seu preço, já que o mercado poderá não conseguir acompanhar o consumo. Do mesmo modo, medidas como redução de taxa de juros, “tirar o nome de eleitores do SPC", podem influenciar o índice de inflação, pois tais medidas representam o aumento do poder de compra do cidadão o que gerará efeitos sobre os preços dos produtos e com os altos índices aplicados sobre os juros dos bancos, as pessoas retornarão novamente à inadimplência.

Assim, se existe mais dinheiro na economia do que bens e serviços, o valor final de tais mercadorias poderão aumentar, pois mais pessoas possuirão dinheiro para adquirir um produto que, por sua vez, não teve um crescimento linear na sua produção e, consequentemente, haverá uma diminuição no poder de compra do dinheiro. Já, se existe mais bens e serviços do que dinheiro, variavelmente os valores irão diminuir, seguindo a lógica de consumo que é aplicada nas periferias, onde os os produto geralmente têm valor menor.

Quem mais sofre com o fenômeno da inflação é quem vive de salário. Pois o aumento desenfreado de preços diminui o poder de compra do salário do trabalhador, que é composto, em regra, por dinheiro.

Imagine que você guardou R$ 100,00 em uma gaveta e neste momento um pacote de arroz custa R$ 20,00. Imagine ainda que, superado 1 ano, você resolve tirar esse dinheiro da gaveta e o pacote de arroz neste momento passou a custar R$ 40,00. Embora em sua gaveta permaneça uma nota de R$ 100,00, o seu dinheiro perdeu o valor de compra e você precisará de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de arroz que desejou há um ano atrás.

Logo, o aumento salarial que todo ano é anunciado pelo Governo, tem como objetivo preservar o mínimo do poder de compra da população. Por esse mesmo motivo, todos os anos é justificado pelos governantes que, embora o aumento do salário mínimo não tenha alcançado as menores expectativas do trabalhador (aumento real), ao menos se acompanhou o nível de crescimento da inflação.

Espero ter cumprido minha meta de informar o mínimo para que você – caro leitor – comece a compreender a inflação e possa ampliar o vosso conhecimento.

(1) Para os fins do texto, limitei a citação precária de apenas dois tiposde inflação. 




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